Segundo dados do Datafolha divulgados pelo jornal Folha de S.Paulo, o Brasil, entre outubro de 2014 e dezembro deste ano, tornou-se um país menos católico.
Na apuração do órgão de pesquisa, estima-se que 60% da população, no ano de 2014, se autodeclarava católica. Em 2016, o número caiu para 50%. A margem de erro, no entanto, é de 6 a 14 pontos percentuais.
Em sentido inverso, a quantidade de pessoas que se autodenominam sem religião aumentou. Segundo a pesquisa, em 2014 eram somente 6% da população e, dois anos depois, mais que dobrou para 14%.
Segundo o sociólogo e professor da Universidade de São Paulo (USP), Reginaldo Prandi, o aumento de pessoas sem religião não significa, necessariamente, que estes indivíduos perderam suas crenças.
“Pode não ter religião hoje e ter amanhã. Ficou muito ao sabor da época da vida, dos compromissos que se quer assumir. A religião deixou de ser condição obrigatória para ser bom cidadão”, afirmou Reginaldo.
Já o professor de filosofia da religião da PUC de São Paulo, Luiz Felipe Pondé, acredita que a igreja, no contexto de vida destas pessoas que a deixa, é um entrave no exercício e a interiorização da crença e fé.
“A igreja atrapalha, tira a liberdade, é excessivamente racionalista, interesseira ou contrária à pureza interior da busca da fé”. Assim, o filósofo enxerga um caminho de deseinstitucionalização das religiões.
Segundo o Instituto Pew em um período não divulgado pelo jornal, metade dos ex-católicos do país tornam-se protestantes. O período mais comum de mudança de religião ocorre antes dos 25 anos de idade.
Na última terça-feira (27/12), o secretário-geral da Conferência dos Bispos Católicos, afirmou à Folha que “o número de pessoas dispostas a lutar por justiça é mais importante que a porcentagem de católicos”.
Por: Tiago Abreu
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